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8/21/2006

Fundação MT diz que doenças são conseqüências da monocultura no Estado

Sempre que aparecem novas doenças e pragas espalham-se comentários de que os próprios laboratórios criam esses "inimigos da lavoura" para que com isso vendam produtos de combate. Questionado sobre o assunto, o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso - Fundação MT, Hugo de Carvalho Ribeiro, respondeu que são falácias que surgem principalmente em momentos de crise financeira.

"Não há como criar esses problemas. Todos estamos interessados em produzir cada vez mais. O que existe são as doenças naturais que aparecem em função de uma monocultura da soja, porque é normal em qualquer lugar do mundo onde predomina a monocultura as doenças aparecerem com maior intensidade", respondeu.

O presidente da fundação disse que Mato Grosso é um Estado onde prevalece a monocultura. Para ele, a agricultura mato-grossense cresceu apenas na produção de soja. "Há 15 anos o Estado produzia pouco mais de 1 milhão de toneladas de soja e hoje passa de 16 milhões. Este crescimento aconteceu praticamente só na cultura da soja que pode ser considerada a monocultura estadual. Nós não vemos uma rotação igualitária de cultura. O milho que é plantado é o chamado milho safrinha".

Em Lucas do Rio Verde há aproximados cinco anos essa nomenclatura foi substituída por milho de segunda safra. Hugo de Carvalho Ribeiro acredita que na região Norte do Estado já exista uma rotação mais equivalente entre as culturas e por este motivo as doenças são menos intensas.

Ribeiro acrescentou que a pesquisa não pode parar mesmo diante das crises econômicas que assolam o setor produtivo. "Nós que trabalhamos com pesquisas não podemos acreditar que o desencadeamento de uma greve, de uma paralisação, vai solucionar os problemas econômicos do setor. A pesquisa acontece de forma lenta e permanente. Não podemos parar, nem tampouco avançar demais, porque tudo acontece conforme programação", destacou o presidente.

Ele lembrou que a Fundação Mato Grosso de Pesquisas surgiu há 13 anos para
desenvolver soluções para combater as doenças que estavam ameaçando a cultura da soja na época. "A fundação foi criada por produtores que tiraram dinheiro do bolso. Mas hoje somos uma realidade, com variedades de soja em todo Centro-Oeste brasileiro".

Conforme o tempo foi passando, novos desafios foram surgindo. O aparecimento da ferrugem asiática, segundo o presidente foi um dos mais perigosos inimigos da planta. "Estamos trabalhando muito para dizimar essa doença. Temos certeza que a solução já encontramos e para o plantio 2008/2009 deveremos ter no mercado sementes resistentes que necessitem de apenas uma passada de fungicidas, sementes com controle total da ferrugem. Eu creio que em pouquíssimo tempo esta doença estará completamente dominada", prevê o pesquisador. Ele disse que as pesquisas estão avançando de forma a criar sempre sementes resistentes às doenças da lavoura.

Emerson Grisa

Fonte: Só Notícias
Link: http://www.sonoticias.com.br/


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