Amazonia Viva Santarém

9/27/2006

Frente em Defesa da Amazônia receberá prêmio na Índia

No dia 29 deste mês estarão seguindo para Nova Delhi, capital da Índia, dois representantes das organizações populares que defendem a Amazônia, sua cultura, sua biodiversidade e seu modo de viver e cultivar a natureza. Ivete Bastos, presidente do STTR de Santarém e padre Edilberto Mora Sena. Ambos são membros da Frente em Defesa da Amazônia, a FDA.

O Prêmio será doado pela Organização cultural NAVDANYA. Esta é uma organização liderada por mulheres em defesa da cultura agrícola tradicional da Índia e combate a invasão das sementes trangênicas, que destroem a agricultura orgânica e as sementes nativas da região. A fundadora da organização Navdanya, doutora
Vandana Shiva, é uma cientista e ativista em defesa da cultura milenar de seu país e por isso muito considerada na Europa.

Ela esteve em Santarém, durante a visita da comitiva do patriarca Bartolomeus I, em julho passado e viu um pouco do que ocorre na região. O Prêmio tem como patrono o pai da Índia, Mahatma Gandhi e a cerimônia de entrega do prêmio será no dia 02 de outubro aniversário do grande Mahatma.

Além da cerimônia do prêmio, os dois santarenos participarão de diversos debates, troca de experiências sobre a luta popular, o agronegócio e as alternativas de exploração da floresta amazônica sem destruí-la. Esta é a primeira vez que o prêmio Mahatma Gandhi é outorgado ao outro lado do mundo, a Amazônia.

Dois acontecimentos chamaram a atenção dos indianos, a nova fronteira agrícola do agronegócio no Oeste paraense e as repercussões das notícias e denúncias feitas contra os crimes de destruição da floresta; o outro acontecimento que chamou a atenção dos indianos foi a morte da freira, Irmã Dorothy em Anapu, no ano passado e as ameaças de morte feitas aos padres José Boing e Edilberto Sena.

Estes dois acontecimentos negativos tiveram repercussão internacional e chamaram a atenção também dos membros da organização Navdanya, em Nova Delhi. Padre Edilberto Sena e Ivete Bastos retornarão a Santarém no dia 08 de outubro. - No convite oficial a organização Navdanya anuncia que "Navdanya celebra o aniversário de Mahatma Gandhi ao mesmo tempo homenageando Albert Howard, conhecido como o "pai da agricultura orgânica moderna" no dia 02 de outubro. Na data se organiza uma cerimônia em memória de Albert Howard. O evento celebra a ligação da agricultura indiana como forma não violenta de viver com as tradições de paz, cultivada por Mahatma Gandhi.

Neste ano de 2006, nossa tradição de oferecer um prêmio de reconhecimento se voltou para a Frente em Defesa da Amazônia, no Brasil, pela sua excepcional contribuição em defesa da floresta amazônica contra a indústria do destrutivo agro negócio. Padre Edilberto Moura Sena e a sra. Ivete Bastos dos Santos são os convidados a receber o prêmio Gandhi em nome da Frente em Defesa da Amazônia". Quem assina o convite é Maya Goburndhum, diretor da organização Navdanya, em Nova Delhi.

9/12/2006

Agronegócio: Uma terra cultivada a sangue

08/09/06 - Os candidatos à presidência não têm dado a devida importância à situação dos trabalhadores rurais em suas campanhas. Conluio com o grande capital, ignorância ou tática de eleição, o fato é que o latifúndio traz divisas e tem poder. E a população pobre do campo, não.


O Brasil não conseguiu garantir padrões mínimos de qualidade de vida a todos os seus trabalhadores rurais, principalmente aqueles em atividades vinculadas ao agronegócio monocultor e exportador em área de expansão da fronteira agrícola. Ocorrências de trabalho escravo, infantil e degradante, superexploração do trabalho, remuneração insuficiente para as necessidades de reprodução social do trabalhador são registrados com freqüência. Prisões, ameaças de morte e assassinatos de lideranças rurais e membros de movimentos sociais que reagem a esse quadro também são constantes e ocorrem quase semanalmente. A estrutura fundiária extremamente concentrada também funciona como uma política de reserva de mão-de-obra, garantindo sempre disponibilidade e baixo custo da força de trabalho para as
grandes propriedades rurais.


Parte do agronegócio brasileiro ainda não consegue operar em níveis aceitáveis de desenvolvimento sustentável, fazendo com que o meio ambiente sofra as conseqüências do desmatamento ilegal, da contaminação por agrotóxicos, do assoreamento e poluição de cursos d'água, entre outros. Da mesma forma, para a ampliação da área cultivável há um histórico de expulsão de comunidades tradicionais, sejam elas de ribeirinhos, caiçaras, quilombolas ou indígenas, que ficou mais intensa com a colonização agressiva da região amazônica a partir da década de 70. Esse tipo de ação tem sido sistematicamente denunciado pelos movimentos sociais brasileiros às organizações
internacionais.

É evidente que a exploração predatória do meio ambiente e da força de trabalho tem um reflexo no preço das commodities em certos produtos e regiões.

Contudo, não há dados suficientes para provar que esses fatores sejam os principais responsáveis pelos baixos preços das mercadorias brasileiras. Mesmo se hoje fossem fechadas as fronteiras agrícolas da Amazônia e do Cerrado - hoje abertas e em franca expansão - o país ainda teria uma das maiores áreas cultiváveis do planeta. Da mesma forma, seu clima (diverso, entre o temperado e o tropical, o que garante um vasto leque de produtos), relevo (grandes extensões de planícies e planaltos), disponibilidade de água e um ciclo de chuvas relativamente regular na maior parte do ano garantem excelentes condições de produção.

Leia o texto na íntegra em http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=189854]

Leonardo Sakamoto

Fonte: 24 Horas News


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