Amazonia Viva Santarém

5/21/2006

Jovem da Floresta, moradora da Resex Tapajós/Arapiuns manda seu recado

O estado em que se encontra o grupo do Greenpeace em Santarém é de revoltar qualquer cidadão de valor e cultura. Sou uma jovem de 18 anos, moradora de uma Reserva Extrativista, a Resex Tapajós/ Arapiuns, e vejo que a soja não é cultura amazônica e não está trazendo benefício algum à população local. Muito pelo contrário, com a chegada dos sojeiros na região, muitas famílias foram desapropriadas de suas terras e estão hoje nas periferias das cidades, entregues ao mundo da violência e das drogas.

O que se pode notar é que a soja trás benefícios somente para os produtores (empresários), enquanto a população que deveria ser beneficiada, apenas sofre com as conseqüências do desemprego, da poluição do solo e da violência no campo.

Digo que tenho sorte ,pois morando em uma área de reserva me sinto mais segura podendo evitar assim a entrada de grileiros. ONGs quando tentam mudar a situação são impedidas e suas lideranças agredidas por entidades e pessoas importantes que não aceitam, porque para eles o importante é lucro. E os pequenos agricultores como ficam? E aqueles que tiveram suas terras tomadas?
Preocupo-me com futuro deles. E se isso continuar o desmatamento vai aumentar os problemas. E uma pergunta que não quer calar: e a cor da nossa bandeira, em lugar do verde, que cor vai ficar? Amarela pálida, cor da soja?

Natália Sousa

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