Amazonia Viva Santarém

5/20/2006

Exemplo vem do estado do Amazonas: Comunidades e ambientalistas calam sojeiros no Amazonas

(GTA) - O que deveria ser a conquista de um novo espaço de legitimidade na Amazônia transformou-se para os produtores de soja em uma crítica pública ao seu papel no desmatamento da floresta. Na tarde de quarta, 10 de maio, a audiência sobre o plantio de grãos no sul do Amazonas, na Assembléia Legislativa do Estado, colheu uma safra de denúncias, alertas e ensinamentos sobre a floresta.

E sobraram críticas também para as políticas ambientais do Governo Federal. Ambientalistas, trabalhadores, sindicalistas, pesquisadores, técnicos, indígenas, seringueiros e outros defensores da sustentabilidade constrangeram a arrogância dos fazendeiros, na maioria vindos de outras regiões do país. Ao contrário de um outro evento semelhante, há poucos meses, onde chegaram a chutar um dos oradores do movimento social e ambiental, o filósofo Adilson Vieira.

A audiência começou com manifestações de um deputado do PPS (mesmo partido do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi) em defesa da expansão agropecuária no sul do Amazonas. As consecutivas intervenções em defesa da conservação da floresta foram mudando o clima - em especial com as falas de representantes dos produtores familiares (Fetagri) e dos povos indígenas (Coiam). A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Amazonas usou a própria pergunta escrita na camiseta dos sojeiros ("De quem é o Amazonas? Dos brasileiros!") para lembrar que antes a floresta é dos brasileiros amazonenses mas que todos são benvindos - desde que não para destruir as culturas, desrespeitar as leis e expulsar os amazonenses de suas terras.

Embora concordando com muitas ações do Ministério do Meio Ambiente, a manifestação criticou duramente a decisão nacional do IBAMA sobre o mecanismo da limitação administrativa na área dos rios Madeira e Manacapuru, que ao desconhecer o cotidiano dos moradores das várzeas colocam produtores ribeirinhos ao lado dos fazendeiros.

Os participantes da manifestação também ressaltaram a necessidade de presença do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente nesses debates, a realização de consultas para a criação de unidades de conservação e a busca de alternativas para a presença de policiais federais com metralhadoras nessas consultas.

A mobilização de diversos setores da sociedade para o debate sobre o tema da soja no Amazonas mostra que o discurso dos fazendeiros sobre a inevitabilidade do desmatamento não é consenso entre muitos cidadãos e cidadãs do Brasil e, particularmente, da Amazônia.

2 Comentários:

  • Enquanto isso aqui em Santarém sojeiros figem que nada tá acontecendo com a condeção da Cargill na justiça federal por ter implantado o porto em Santarém sem estaduo do impacto ambiental.

    Por Anonymous Anônimo, Às 6:58 PM  

  • O estado do amazonas é o que mais preserva a floresta com uma política de desenvolvimento sustentável que torna o estado muito promissor.

    A geração de empregos por lá, ligadas à indústria eletrônica e ao turismo, é alta. É só ver a quantidade de paraenses, santarenos principalmente que migram para aquele estado em busca de trabalho.

    Por Anonymous Anônimo, Às 7:07 PM  

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]



<< Página inicial


This album is powered by BubbleShare - Add to my blog