Amazonia Viva Santarém

5/19/2006

Carreata pró cargill reúne centenas de carros: população está indecisa

Organizado pelos produtores de soja que ocuparam áreas da região Oeste do Pará incentivados pela implantação do Porto da Empresa Norte-americana Gargill em Santarém, realizaram uma carreata na tarde de hoje pelas ruas da cidade, logo após a ação do Greenpeace que tentava impedir o embarque de soja em uma balsa no referido porto.

Composta na maioria por carretas e carros 4 x 4, a carreata era claramente uma tentativa de ampliar o movimento “Fora Greenpeace, a Amazônia é dos Brasileiros” e aumentar a adesão da população local. No entanto, a maioria dos presentes no movimento eram claramente grandes empresários, pessoas de alto poder aquisitivo na cidade. A maioria dos verdadeiros santarenos olhavam o movimento na beira da rua, e aos poucos, levados pela euforia dos gritos Fora Greenpeace, se juntavam ao ato.

O “repórter Celular” da Rádio e TV Tapajós entrevistava os populares com aquela velha técnica jornalística com perguntas fechadas: Você é contra ou a favor? Qualquer coisa que as pessoas respondessem, sim ou não, dava no mesmo sim, a favor, da carreata! Sem nenhuma possibilidade de argumentação, se as pessoas pelo menos tinham noção do que de fato estava acontecendo e quais eram os verdadeiros motivos.

Assistindo em uma lanchonete à reportagem exibida pela TV Tapajós, ouvi duas moças se questionando: “mas quem é que tá certo, não é o greenpeace que defende o meio ambiente?” E a outra menina retrucou: “não, é a Cargill porque tem as plantações!” Claramente demonstra como a população local é desinformada e levada pela imprensa sensacionalista e vendida pra quem tem dinheiro para pagar na vez.

Porém, o movimento é uma reação cada vez mais clara dos sojeiros da região, e a tendência é o clima de tensão e violência aumentar inclusive entre a sociedade local. Pela forma como agiram frente ao ato do greenpeace, com violência, não se espera coisa diferente nos próximos dias.

Os ativistas do Greenpeace que foram presos já estão soltos. O coordenador da Campanha Amazônia da entidade, Paulo Adário disse que o trabalho continua.

Arriscando uma opinião, o objetivo do Greenpeace está sendo alcançado: chamar atenção do público local e internacional para o problema.

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