Amazonia Viva Santarém

5/24/2006

Organizações da sociedade civil e o controle social da imprensa

Os recentes acontecimentos ocorridos na cidade de Santarém entre defensores da floresta e do desenvolvimento sustentável e a frente de ocupação predatória do agronegócio na região, despertaram as organizações da sociedade civil para a necessidade de discutir o papel da imprensa santarena nas discussões de interesse público.

Como afirma Eduardo Guimarães, “o século 21 nasceu numa sociedade baseada na informação. No mundo de hoje, o grande jogo do poder se dá na mídia. Nesse contexto, essa mídia – e sobretudo a imprensa que a pauta – assume, antes de mais nada, um papel social de altíssima responsabilidade e que deve ser exercido com absoluta transparência sob pena de ameaça à democracia e aos direitos de cidadãos por conta de etnia, credo, grau de instrução, posições político-ideológicas ou de estrato social a que pertençam”.

A forma extremamente tendenciosa, sensacionalista e até preconceituosa como são tratados temas ligados aos movimentos sociais em grande parta da imprensa santarena, principalmente quando eles se contrapõe aos modelos impregnados na sociedade que geram a continuação da miséria, a concentração de renda, e da destruição do meio ambiente, desconsiderando critérios mínimos e limites éticos do jornalismo, são exemplos claros de que em Santarém, temos um grande desafio pela frente.

A exemplo do que já vem ocorrendo em outros estados do País, onde a sociedade civil organizada vem elaborando estratégias de controle social da imprensa, através de Observatórios Sociais da Imprensa, é tempo dos movimentos sociais de Santarém se articularem para isso.

Os Observatórios Sociais da Imprensa funcionam como lupas que acompanham diariamente o que e como são produzidas e divulgadas as informações de interesse público. Funcionam ainda como um fórum permanente onde os usuários da mídia – leitores, ouvintes, telespectadores e internautas –, organizados em associações desvinculadas do estabelecimento jornalístico, poderão manifestar-se e participar ativamente num processo no qual, até há pouco, desempenhavam o papel de agentes passivos.

Isto pode resultar entre outras coisas, em pressão pública pelas mudanças de atitudes dos veículos de comunicação e, quando convier, os observatórios podem mover ações civis públicas para exigir reparações ou direito de resposta, assim como já ocorreu no caso da Rede TV em São Paulo, que foi obrigada a destinar horário nobre em sua programação para veicular programas de organizações representantes de grupos sociais que estavam sendo alvo de preconceito em um programa da emissora.

Em Santarém, algumas organizações já começaram a discutir esta proposta. Vãos torcer para que ela se fortaleça.

1 Comentários:

  • A questão ambiental é algo que deve preocupar a todos. A degradação da Amazônia e de outras importantes florestas do mundo tem trazido danos ao clima mundial, resultando em catástrofes terríveis como o Tsunami, na Indonésia, e tantas outras manifestações de revolta da "mãe natureza". A questão dos trnagênicos e da plantação de soja na Amazônia é igualmente importante. É preciso frear a ganância econômica para que tenhamos um meio ambiente ainda habitável, com ar respirável, água consumível e alguma qualidade de vida. Grande abraço.

    Por Blogger Luiz Valério e Sélida Valério, Às 2:55 PM  

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